quinta-feira, 20 de setembro de 2007

(P:02) 02.04.07 - Município tem novos bens registrados como patrimônio histórico


Na última semana, Cambuí recebeu a visita de duas consultoras da empresa Paginar, de Belo Horizonte. A arquiteta Isabella Albergaria e a historiadora Mirelle Bernardi, que vieram fazer, a pedido da Prefeitura Municipal, um levantamento dos bens que deverão ser inventariados como patrimônio histórico do município, a fim de que, no futuro, sejam tombados oficialmente pelo IEPHA (Instituto Estadual Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais). Todo o trabalho de campo foi feito em parceria com os membros do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, que tem como objetivo principal preservar a memória da cidade. "É um trabalho de extrema importância, pois é através destes registros que a história de Cambuí se manterá viva com o passar dos anos", comenta o arquiteto e presidente do Conselho Municipal, Fábio Francisco de Faria.
Durante a pesquisa foram inventariados o livro escrito pelo padre Afonsinho e o presépio esculpido em giz pelo artista e arquiteto João Carlos de Brito, o Joca, como bens móveis; a receita do doce feito de ovos queimados como bem imaterial; a Matinha Municipal como bem natural; e uma quantidade significante de bens imóveis como as capelinhas da via sacra existentes no Morro do Cruzeiro, o Cristo instalado na Igreja de Santo Antônio; o portal de entrada do cemitério da cidade, o túmulo onde está sepultado o Dr. Carlos Cavalcanti e o mausoléu do padre Afonsinho. Todos estes bens foram fotografados e descritos pelas consultoras, que ainda irão desenvolver um croqui do material para ser anexado em um futuro documento a ser enviado para a Prefeitura Municipal. "Estes procedimentos são necessários para que estes bens sejam catalogados no IEPHA e no futuro venham a ser tombados como patrimônio histórico de Cambuí", diz o arquiteto.
Fábio ainda explica que a população precisa se conscientizar sobre a importância de se preservar os bens históricos. "Cambuí é uma cidade onde quase não encontramos construções antigas e vestígios de história, isso cria falta de identidade nos que aqui vivem, por isso devemos preservar o pouco de patrimônio histórico que ainda nos resta".
Museu Municipal – Justamente com o objetivo de se preservar a história e a identidade de Cambuí é que a Prefeitura Municipal, através do Departamento de Cultura, criou o Museu Municipal, através de uma lei aprovada pelo legislativo em dezembro de 2005. O projeto de lei partiu da artista e professora Neusa Maria, que na época atuava como chefe de Departamento de Cultura. Agora, a atual administração dá início a uma campanha para arrecadar bens para o museu. "É preciso que a comunidade colabore para que juntos possamos preservar a memória patrimonial e familiar da cidade", afirma João Eiras, atual chefe do departamento.
João pede para aqueles que tiverem documentos ou objetos antigos, como cartas, roupas, utensílios domésticos ou de uso pessoal façam a doação ou empréstimo para o museu. "Pedimos para que estas pessoas deixem seus pertences antigos para fazer a história no museu da cidade, para que estes bens sejam cuidados e preservados".O objeto doado ou emprestado ficará registrado no livro oficial do museu e o proprietário receberá um certificado comprovando o ato.
O museu funcionará no prédio do centro cultural localizado na rua João Moreira Salles, 66, centro. O telefone de contato para os interessados é o 3431-6086.Por: Liliane Almeida Fotos: Liliane Almeidafonte: http://www.jornalregistro.com.br/

http://www.prefeituradecambui.mg.gov.br/noticias_2007/0204patrimonio.php

Análise

A preservação do patrimônio histórico-cultural de uma cidade está muito além de apenas uma catalogação e registro dos seus principais atrativos e/ou de seus tombamentos pelo IEPHA (Instituto Estadual Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais), não descartando a importância deste trabalho, pois já que é um passo importante a ser dado em relação a sua preservação, porém percebe-se que isso não é suficiente. A degradação dos patrimônios históricos em sua maioria é muitas vezes feita pelos próprios habitantes. Isto acontece devido à falta de conhecimento da população em relação à importância do seu patrimônio como meio de preservar sua própria história, criando assim gradativamente a perda da identidade dos cidadãos.
É de extrema importância que todo trabalho de preservação seja feito a partir e para a comunidade. A sua participação é sinônimo de legitimidade, e de reconhecimento.

Propostas

A participação da comunidade junto ao pode público no processo de elaboração do inventário, na escolha do bem cultural, definição da sua proteção e soluções para sua continuidade é a garantia de que o patrimônio histórico-cultural de uma certa localidade irá permanecer e ser protegido. Para isso deverão ser desenvolvidos trabalhos de conscientização e preservação para a população, ministrando cursos e palestras, realizando eventos como a Semana do Patrimônio Cultural, exposições e trabalhos constantes nas escolas. As informações a respeito do que está sendo feito e discutido deverá ser divulgado através de boletins, artigos, jornais e rádios da comunidade.

Links relacionados sobre o assunto:
http://www.pdturismo.ufsj.edu.br/legislacao/municipal/conselhos/patrimoniocultural.shtml
http://www.fundep.ufmg.br/homepage/cases/606.asp
http://www.descubraminas.com.br/fotosminas/hpg_album.asp
http://www.pdturismo.ufsj.edu.br/artigos/conscienciapreservacao.shtml
http://www.revistaturismo.com/artigos/igarassu.html

Fonte de imagem: A Matriz de Santo Antônio,Tiradentes - MG
http://www.idasbrasil.com.br/fotosminas/port/congonhas.asp

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